APRENDIZAGEM
DE LEITURA E ESCRITA DOS ALUNOS DO 3ª ANO DE UMA ESCOLA VINCULADA AO PIBID: UM
NOVO PROJETO A PARTIR DIAGNÓSTICO
Maria Cleonice Soares (Aluna da
Graduação/ UERN) [1]
Sílvia Maria Costa Barbosa (Prof.
Dr./ UERN) [3]
RESUMO
Este
trabalho emerge a partir do diagnóstico das atividades desenvolvidas em uma
escola pública da cidade de Mossoró/RN, cujo objetivo foi diagnosticar e analisar
o nível de aprendizagem dos alunos do 3ª ano do ensino fundamental, quanto às
habilidades de leitura e escrita, fazendo uma breve análise com base em
descritores da Prova Brasil. Essa escola é parceira do Programa Institucional
de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, esse é financiado pela Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. Utilizamos primeiramente
a pesquisa bibliográfica com autores que discutem as habilidades e competências
em língua portuguesa; após realizamos estudo documental e análise da Prova
Brasil. A culminância do trabalho foi à construção de instrumentos para
diagnosticar como estão os alunos em relação à leitura e escrita. Constatamos
que os 23 alunos: apenas dois não dominavam o sistema de escrita, outros três
não dominam a habilidade da leitura; dois alunos ao tentarem responder as
questões repetiram-nas; os demais demonstraram compreender os textos
apresentados nas atividades. Concluímos que 16 alunos dos vinte e três tem
conseguido êxito na aprendizagem do processo da leitura escrita, enquanto sete
alunos demonstram dificuldades. Consideramos necessário um repensar sobre os
conteúdos e em torno do quê e como se deve trabalhar, para uma aprendizagem que
contemple as dificuldades apresentadas. Assim construímos um projeto de leitura
chamado “Ateliê Literário: a arte de contar, criar e interpretar” objetivando o
refazer das atividades pedagógicas tendo como foco as ações para melhorar o
processo ensino-aprendizagem da leitura e escrita.
PALAVRAS CHAVES: Análise diagnóstica;
leitura e escrita; ensino aprendizagem.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho emerge
no contexto das atividades de pesquisa desenvolvido em duas escolas públicas de
Mossoró/RN, vinculadas ao PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
à Docência) com financiamento da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior). A pesquisa desenvolvida pelos bolsistas do programa,
a respeito do nível de aprendizagem dos alunos do ensino fundamental I, foi
realizada objetivando diagnosticar o nível de aprendizagem dos alunos destas escolas,
quanto à leitura e escrita. Assim este trabalho pretende fazer uma leitura
destas atividades diagnósticas, com o auxilio de alguns descritores do Prova
Brasil.
Os instrumentos diagnósticos e os descritores
de avaliação destes tiveram como base para sua produção o Prova Brasil e suas
matrizes. Ao desenvolver as atividades que foram aplicadas aos alunos
almejou-se alcançar o objetivo do programa, que é contribuir para a melhoria do
ensino aprendizagem, atuando nas dificuldades dos alunos das escolas pesquisadas,
como também contribuir na formação inicial dos bolsistas e formação continuada
dos profissionais da área envolvidos de acordo com o Projeto Político
Pedagógico do curso de pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte.
Durante as atividades
programadas do PIBID, alunos bolsistas realizam um significante trabalho de ensino
num constante processo de investigação a respeito do nível de alfabetização e
letramento dos alunos de uma das escolas parceiras do programa, através dos
instrumentos diagnósticos, oficina pedagógica projeta de leitura e escrita.
Essa produção sempre será acompanhada pelas professoras supervisoras do
programa, e pela coordenadora de área. Inicialmente a aplicação dos
instrumentos investigativos nas escolas foi realizada pelos alunos bolsistas do
programa em todas as séries do ensino fundamental I. Porém, para esse trabalho iremos
fazer um recorte na análise das atividades e focaremos nos alunos do 3ª ano do
ensino fundamental destacando as atividades reverentes à disciplina de
português. Esta turma foi escolhida mediante o nosso trabalho interventivo
durante sua aplicação e análise.
O suporte teórico
utilizado para nossa investigação foi os Parâmetros Curriculares Nacionais de
Língua Portuguesa BRASIL (1997), - PCN’s onde destacamos as competências e
habilidades respectivas para cada ano de ensino; buscamos também autores que
discutem o desenvolvimento da aprendizagem de leitura e escrita, e ainda outros
que falam sobre a importância de se ter uma avaliação diagnóstica para se
perceber quais as maiores dificuldades encontradas nos alunos que está
trabalhando para que assim se possa pensar em medida efetivas para melhorar o
ensino aprendizagem deste aluno tais como: ABRAMOVICH (1999), BRAGA e SILVESTRE
(2002), BRASIL (1997; 1998; 1999; 2008; 2009), CAGLIARI (1997),
CELIS
(1998), FREIRE (1988), HAYDAT
(1995), MORAES (2009), NASPOLINI (1996), OLIVEIRA e CHADWICK (2002), TEBEROSKY
e COLOMER (2003), ZABALA (1998). Além de buscamos ainda as matrizes
de orientação de Língua Portuguesa da Prova Brasil, BRASIL (2009, p.14 e 15), que ressaltam os
tópicos e os descritores de avaliação da prova e empíricas em duas escolas, com
foco nas séries iniciais.
Este trabalho visa
analisar os resultados das atividades diagnósticas realizada com os alunos do
3ª ano de uma das escolas vinculadas ao PIBID/UERN, ressaltando o nível de
desenvolvimento na disciplina de língua portuguesa dos alunos, destacando que
este visa futuras intervenções para sua melhoria. Dessa forma o resultado do
trabalho serviu de base para a construção de um projeto de Leitura chamada
Ateliê Literário, cujo objetivo é proporcionar um momento diário de leitura nas
escolas, visando o ensino da leitura e escrita, além de despertar nos alunos
para o habito da leitura diária.
A CONSTRUÇÃO DAS ATIVIDADES DIAGNÓSTICAS
Neste trabalho propomos
uma reflexão acerca das questões que envolvem a leitura e a escrita, por
entendermos que é exatamente no decorrer dos anos iniciais que os alunos constroem os primeiros conceitos. Sendo assim, a grande
tarefa do educador (o pedagogo) é mediar o aprendizado do aluno (FREIRE, 1996).
Para construir
os instrumentos diagnostico, usamos como ponto de referencia os Parâmetros
Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa que descreve os conteúdos a serem
ensinados aos alunos de cada série, além de se utilizar da prova Brasil, que é
também uma avaliação diagnostica, seus descritores de avaliação e sua matriz
curricular, além do livro de orientações. A Prova Brasil realiza uma avaliação
universal, realizada em todas as escolas públicas brasileiras, tem como
critério para sua aplicação, turmas formadas a partir de 20 alunos na série
avaliada.
As questões
diagnósticas foram elaboradas a partir das Matrizes de Referência do SAEB/Prova
Brasil, que de acordo com o MEC (2007) avalia em cada disciplina e série, as
competências e habilidades esperadas dos alunos, que por sua vez são embasadas
nos Parâmetros Curriculares Nacionais e em uma consulta nacional aos currículos
propostos por Secretarias Estaduais de Educação e por algumas redes municipais.
Avaliamos as habilidades em Língua Portuguesa (foco na leitura) e em Matemática
(foco na resolução de problemas).
As matrizes apresentam
tópicos que, por meio de descritores, indicam habilidades a serem avaliadas. “O
descritor é uma associação entre conteúdos curriculares e operações mentais
desenvolvidas pelo aluno que traduzem certas competências e habilidades” (MEC,
2007, p. 31).
Com as avaliações diagnósticas identificamos o nível de aprendizagem
em que os alunos do 3º se encontravam, pois as atividades continham pouco
conteúdo para que as crianças fizessem apenas uma pequena interpretação, além
de uma questão que possibilitava que os alunos pudessem demonstrar de forma
criativa a sua ação com o texto.
Bem, com todo o material em mãos, e com as devidas
orientações, realizamos um trabalho de construção de atividades voltadas para
cada ano de ensino, focando os conteúdos respectivos. Após a conclusão de cada
atividade nos reuníamos com as professoras supervisoras da escola e com a
coordenadora do PIBID, e demais bolsistas, para as devidas avaliações das
atividades. Construímos e analisamos uma a uma as atividades, fizemos as
devidas alterações quando solicitadas, e por fim com todas prontas, fomos às
escolas e aplicamos os instrumentos de pesquisa para cada ano de ensino do 1º a
5º duas atividades diagnósticas de português e de matemática em cada escola.
Com
todas as atividades aplicadas, começamos a leitura e análise das provas, ou
seja, buscamos nelas os resultados de nível dos alunos de cada ano de ensino. E
para isso usamos alguns descritores do Prova Brasil, tanto de Língua Portuguesa
quanto para a Matemática. Além de nos apoiarmos em outros autores como BRAGA
(2002), BRASIL (1997; 1998) CAGLIARI (1997), CELIS
(1998), MORAES (2009), NASPOLINI (1996), TEBEROSKY e COLOMER (2003), que nos
daria subsídios a questões de ensino aprendizagem e do processo educacional para
identificar qual nível de aprendizagem os alunos se encontravam. Buscamos
através dos resultados propor estratégias de ensino-aprendizagem que possam contribuir
para um ensino de qualidade e que possibilite aos alunos o desenvolvimento de
suas habilidades de leitura e escrita de forma efetiva e autônoma. Para tanto estamos
desenvolvendo um projeto de Leitura que objetiva incentivar a leitura diversificada
de textos literários.
LEITURA E ANÁLISE DAS ATIVIDADES
DIAGNÓSTICAS
A partir do recorte do
diagnóstico que traz as habilidades e competências leitoras, serão analisadas as
avaliações dos alunos da escola parceira PIBID/UERN. Para tanto utilizamos os
descritores das provas que evidenciamos quais competências foram trabalhadas em
cada uma das questões que traremos como exemplo de resposta dos alunos, assim,
destacaremos onde os alunos tem mais dificuldades na competências leitora. De
acordo com os PCN’s a concepção de
leitura é:
A leitura é o
processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e
interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o
assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem etc. Não se trata
de extrair informação, decodificando letra por letra, palavra por palavra.
Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação,
inferência e verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso
desses procedimentos que possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo
tomar decisões diante de dificuldades de compreensão, avançar na busca de
esclarecimentos, validar no texto suposições feitas (BRASIL, 1998, p.69 a 70).
A
nossa avaliação a respeito das atividades diagnósticas ocorreram da seguinte
maneira: escolhemos cinco descritores dentre os quinze utilizados pelo Prova
Brasil e fizemos uma adaptação de acordo com o ano de ensino e atividade
aplicada. Visto que as atividades diagnosticadas foram produzidas a partir da
avaliação nacional Prova Brasil, desta forma a leitura delas seguiu,
basicamente, o mesmo padrão, através de descritores, porém não foi usado todos,
mas apenas alguns já que a avaliação de nível foi realizada com todos os anos
de ensino.
Assim os descritores de
avaliação das atividades diagnosticas usados foram: D1 - localizar informações
explícitas do texto; D4 – inferir uma informação implícita em um texto; D6 - identificar
o tema de um texto; D9 - identificar a finalidade de textos de
diferentes gêneros; D13 - identificar efeitos de ironia ou humor em textos
variados.
Destes descritores alunas
bolsistas do PIBID/UERN produzimos sete perguntas que utilizamos na avaliação das atividades
diagnosticas, tais como: O aluno conseguiu localizar informações explícitas
do texto? O aluno conseguiu inferir uma informação implícita em um texto? O
aluno conseguiu identificar o tema de um texto? O aluno conseguiu identificar a finalidade
de textos de diferentes gêneros? O aluno conseguiu identificar efeitos de
ironia ou humor em textos variados? O aluno conseguiu
escrever legivelmente a sua resposta? O aluno reproduziu o que estava escrito
na pergunta?
Com a análise da leitura
constatamos que dos 23 alunos analisados apenas dois não dominavam o sistema da
leitura escrita, sendo ainda outros três (alunos) não dominam a habilidade da
leitura oral; dois alunos avaliados ao tentarem responder as questões
repetiram-nas. Os demais demonstraram compreender os textos apresentados nas
atividades diagnosticas por meio de respostas criativas e com um grau de
desenvolvimento próprio para seu nível de aprendizados; também inferiram
informações explicitas e implícitas nos textos no que se refere as respostas
subjetivas sugeridas pelas atividades.
Diante disso concluímos
que 16 alunos dos vinte e três tem conseguido êxito na aprendizagem do sistema
da leitura escrita e na habilidade de leitura oral, sendo necessário um
repensar sobre os conteúdos programáticos e os procedimentos metodológicos com
vistas a alargar a discussão em torno do que se deve trabalhar e como se deve,
para efetivo fim, o da aprendizagem significativa.
Entendemos que nos anos iniciais do ensino fundamental as
crianças não se sentem muito motivadas pelo ato de ler por vários fatores: o
primeiro é por não sentirem atração pela leitura, outro é que ainda não dominam
as letras e sentem dificuldades por esse motivo acham a leitura chata (CELIS, 1998).
Assim, entendemos que o processo de ensino-aprendizagem,
e de diagnóstico deste deve esta ciente da condição de leitor do aluno, pois
segundo Celis, (1998), o aluno está cansado de ser um leitor passivo. E este
deixa de ser passivo somente quando atua no processo de construção do
conhecimento, e a leitura passa a ter uma significação nesse processo de ensino
aprendizagem, o aluno quer ser autor ou co-autor, pois isto lhe daria o direito
de uma participação autônoma no processo. Assim entendemos que o que desperta o
interesse e o prazer em ler e escrever no aluno é a participação da leitura
autônoma proposta.
Percebemos com as atividades diagnósticas que os alunos
buscam o sentido dentro do texto, eles buscam a sua participação como sujeito,
onde é possível encontrar o sentido da leitura e os pensamentos que ela faz com
que eles mobilizarem. Nas atividades
onde foi solicitada sua opinião, a maioria dos alunos respondeu-na, pois ali
eles podiam intervir na história a qual estavam interpretando.
Para formar um
leitor e um produtor de textos competente e autônomo, capaz de compreender e
interpretar aquilo que lê, construir significados e transformá-los em palavras,
exige-se do professor uma intervenção
adequada, contínua e explícita durante toda a vida escolar do aluno. E
essa intervenção deve ocorrer de forma coerente e sistemática antes, durante
e depois das atividades de leitura (BRAGA 2002, p. 20).
Diante disso
percebemos que os alunos buscam mesmo intervir na história proposta, ele quer
agir nela e modifica-la. Esse é o momento onde ele pode agir e exercer seu
papel de sujeito autônomo. E expressar sua opinião diante dos fatos que ele
interpretou. Sentimos que alguns alunos cogitaram em colocar sua opinião, mas
os que fizeram, foram bem precisos em suas colocações. Vimos assim, que é por
meio da atuação do aluno com a informação que é possível a produção do
conhecimento, pois segundo Paulo Freire (1988) o domínio da língua possibilita
a relação plena de participação social e política na sociedade, pois é por meio
dela que os homens se comunicam, têm acesso à informação, expressam e defendem
pontos de vista, partilham ou constroem visões de mundo, produzem
conhecimentos.
O DIAGNÓSTICO E A INTERVENÇÃO: PROJETO
ATELIÊ LITERÁRIO
Diante desse diagnóstico traçamos um plano de ação para junto à
professora-supervisora ajudá-la a superar as dificuldades vividas pelos alunos no
processo de aprendizagem da leitura e da escrita. É bom ressaltar que as
dificuldades não são somente dos alunos, mas, também da professora em como
trabalhar melhor as estratégias de ensino-aprendizagem referente
ao ensino da língua portuguesa de estudantes do 3° ano do ensino fundamental.
Diante disso, começamos a nos mobilizar em torno de ações que possam corroborar
com o exercício da leitura e produção textual desse ano e nos demais anos do
ensino fundamental das duas escolas parceiras do PIBID/UERN, respeitando é
claro os níveis aos quais se encontram os alunos.
Começamos a utilizar a
literatura como instrumento de ensino, pois de acordo com os estudos de Moraes
(2009), sobre a literatura infantil e o letramento, evidenciamos a necessidade
dos professores das escolas públicas observadas trabalharem pedagogicamente
nessa perspectiva. Pois, notou-se pelas observações e análises das atividades
diagnósticas, a falta de trabalho sistemático no que concernem as atividades de
leitura, produção textual e interpretação com base na literatura infantil.
Sentimos a necessidade
de que as professoras desenvolvessem uma rotina de leitura diversificada, como:
contos, histórias, crônicas, poemas, poesias, fábulas se façam presentes e
atuantes no intuito de promover aprendizados mais significativos e prazerosos
para os alunos, deixando essa de ser uma mera atividade cercada de cobranças,
passando a ser um hábito prazeroso, inicialmente na sala de aula e depois em
outros espaços dentro da escola.
Sabemos que a leitura é
uma porta aberta para um horizonte amplo de conhecimentos acerca de si, do
outro e do mundo, então com base nessa constatação notamos que é preciso
desenvolver várias estratégias de leitura, interpretação e de produção textual,
avaliando cada componente relativo a essas atividades. Com esse intuito
propomos trazer junto às equipes integrantes desse projeto, metodologias
diferenciadas para serem inseridas e adequadas a cada sala de aula, dependendo da
atuação do professor e do nível dos alunos. Pois, a literatura por ser uma
arte, produto de nossa imaginação é capaz de despertar uma duplicidade
intrínseca: O abstrato por ser gerado pelas ideias e o concreto pela sua transformação
em linguagem através das palavras, como nos aponta Coelho (2006).
Com isso estamos
trabalhando em um projeto que tem como objetivo apresentar as equipes docentes
das escolas parceiras do PIBID/UERN, procedimentos teórico-metodológicos do por
quê? como? onde ? e quando? trabalhar a
leitura (com base na literatura infantil) e a produção textual (levando em
consideração as sugestões dos Parâmetros Curriculares Nacionais em Língua
Portuguesa), assim como evidenciar a necessidade do letramento cada vez mais
urgente na educação.
Diante disso nossa
proposta é criar um espaço vivo chamado de “Ateliê Literário: a arte de contar,
criar e interpretar”. A sugestão desse espaço é para que haja um momento
dedicado a essa atividade pelos professores aos seus alunos nas salas de aulas,
onde serão contadas, interpretadas, criadas e recriadas várias histórias
literárias infantis, tentando acima de tudo fazer com que os professores
envolvam seus alunos em atividades lúdicas, prazerosas, criativas e formadoras,
onde os alunos possam ser leitores ativos. Desta forma, além de trabalhar a
desenvoltura da leitura oral e escrita de modo dinâmico e progressivo como nos
aponta os PCN’s de Língua Portuguesa, ao falar de formação de leitores e
escritores competentes, estaremos também promovendo o letramento.
Vimos nos estudos de
Zabala (1998) e Haydat (1995) que a sequência e o planejamento didático são
imprescindíveis para um trabalho eficaz em sala de aula, e que o professor ao
estar munido de tais instrumentos de ação estará longe de realizar um trabalho
com improvisos. Obviamente, entende-se que os professores e equipe pedagógica a
que se destina esse projeto sabem da necessidade de atuar mediante o uso do
plano de aula, mas, o que se quer destacar aqui, é que a leitura deve ser fonte
diária de conhecimentos e que os alunos precisam desfrutar desse contato
contínuo de aprendizagens. De acordo com Oliveira e Chadwick (2002), o ensino
se torna eficaz a partir do planejamento didático, cujo instrumento é também
parte integrante da responsabilidade do professor, além de ser um trabalho que
mostra a peculiaridade da ação docente.
Com base nessas
afirmações, é que evidenciamos a urgência em executar um trabalho cujo foco
formativo gire em torno da literatura infantil, mas, que de certo modo
contribua para que os professores elaborarem atividades lúdicas onde os alunos
possam avançar na construção de sua autonomia através do uso constante de sua
imaginação, criatividade, interação e integração. Assim os professores poderão
explorar o potencial dos alunos que já dominam a leitura e escrita além de
intervir no ensino aprendizagem daqueles alunos que ainda demonstram
dificuldades. Para tanto reforçamos ser imprescindível o planejamento diário
das atividades de leitura enfocando esses dois aspectos, os alunos que tem mais
dificuldades e os que apresentam avanços.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Consideramos que o
PIBID/UERN tem nos impulsionado para a busca de novos caminhos teóricos
metodológicos para o saber fazer pedagógico. A construção das atividades
diagnósticas da aprendizagem se configurou em um momento de reflexão dos
conhecimentos reais sobre as dificuldades de aprendizagens dos alunos,
especialmente do 3° ano do ensino fundamental menor. Além de propiciar o
conhecimento da realidade da escola pública, especialmente no que concernem as
habilidades exigidas para a competência de leitura e da escrita. Diante disso, podemos
repensar num fazer pedagógico das ações e estratégias a ser usadas para melhorar
o ensino-aprendizagem.
Também podemos entender
um pouco do processo de ensino-aprendizagem da atuação do leitor diante do
texto e da interpretação, que o aluno busca ser mais ativo diante da história
que é posta para ele, pois quando esse tem a possibilidade de interagir com ela,
ele o faz com segurança, como se fosse sujeito autônomo modificador de sua
própria história. É evidente que todo esse processo tem atuação do professor
que irá nortear o como serão realizadas as atividades.
Constatamos que as
atividades realizadas por alguns dos alunos do terceiro ano do fundamental
menor têm encontrado certas dificuldades quanto a aquisição da linguagem
escrita, porém o processo de ensino aprendizagem esta ocorrendo, pois eles
mostram ter compreensão mesmo que de uma forma superficial ainda. A maioria dos
alunos conseguiu êxito em suas atividades, percebemos nesta motivação quanto ao
desejo de aprender, e nos demais, percebemos que alguns não realizaram as
atividades com êxito por não conseguirem acharem-se, suficientemente,
competentes, mas percebemos os primeiros domínios da linguagem, mesmo com certa
timidez.
Diante de tudo isso,
acreditamos que com esses instrumentos de avaliação, podemos promover as ações
didáticas pedagógicas de leitura e escrita, com base no projeto no qual estamos
construindo possamos criar espaço vivo chamado de “Ateliê Literário: a arte de
contar, criar e interpretar”. Com isso visamos poder chegar ao nível de ensino
aprendizagem desejado, pois com as atividades diversificadas percebemos que há
um interesse por parte do aluno que isso ocorra. Assim é necessário dar uma
atenção especial aos oito alunos que se encontram com dificuldades além de
investir mais nos 16 alunos que demonstraram esta em processo de apreensão da
leitura e da produção textual. Dessa forma pretendemos desenvolver um trabalho profícuo
onde estará presente a escola e a universidade um trabalho capaz de superar
dificuldades existentes no cotidiano escolar.
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BIBLIOGRÁFICAS
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Brasília: MEC, SEB; Inep, 2008. 200 p. : il.
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TEBEROSKY,
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ZABALA,
Antoni. As sequências didáticas e as
sequências de conteúdos. IN: A prática educativa. Como ensinar. Porto
Alegre: ArtMed, 1998 ( p. 53 a 87).
[1]
Aluna da graduação em
Pedagogia, da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte FE/UERN. Bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à
Docência – PIBID, Programa mantido pela CAPES.
[2] Aluna da graduação em Pedagogia,
da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
FE/UERN. Bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência
– PIBID, Programa mantido pela CAPES.
[3]
Professora da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte. Doutora em Psicologia da Educação no Programa de Estudos de
Pós-Graduados da PUC-SP. Coordenadora de Área de Gestão de Processos
Educacionais do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID-CAPES.
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