sexta-feira, 29 de junho de 2012

ARTIGO PUBLICADO NO FÓRUM INTERNACIONAL DE PEDAGOGIA FIPED - 2012


APRENDIZAGEM DE LEITURA E ESCRITA DOS ALUNOS DO 3ª ANO DE UMA ESCOLA VINCULADA AO PIBID: UM NOVO PROJETO A PARTIR DIAGNÓSTICO


Maria Cleonice Soares (Aluna da Graduação/ UERN) [1]
Ana Glícia de Sousa Medeiros (Aluna da Graduação/ UERN)  [2]
Sílvia Maria Costa Barbosa (Prof. Dr./ UERN)  [3] 


RESUMO
Este trabalho emerge a partir do diagnóstico das atividades desenvolvidas em uma escola pública da cidade de Mossoró/RN, cujo objetivo foi diagnosticar e analisar o nível de aprendizagem dos alunos do 3ª ano do ensino fundamental, quanto às habilidades de leitura e escrita, fazendo uma breve análise com base em descritores da Prova Brasil. Essa escola é parceira do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, esse é financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. Utilizamos primeiramente a pesquisa bibliográfica com autores que discutem as habilidades e competências em língua portuguesa; após realizamos estudo documental e análise da Prova Brasil. A culminância do trabalho foi à construção de instrumentos para diagnosticar como estão os alunos em relação à leitura e escrita. Constatamos que os 23 alunos: apenas dois não dominavam o sistema de escrita, outros três não dominam a habilidade da leitura; dois alunos ao tentarem responder as questões repetiram-nas; os demais demonstraram compreender os textos apresentados nas atividades. Concluímos que 16 alunos dos vinte e três tem conseguido êxito na aprendizagem do processo da leitura escrita, enquanto sete alunos demonstram dificuldades. Consideramos necessário um repensar sobre os conteúdos e em torno do quê e como se deve trabalhar, para uma aprendizagem que contemple as dificuldades apresentadas. Assim construímos um projeto de leitura chamado “Ateliê Literário: a arte de contar, criar e interpretar” objetivando o refazer das atividades pedagógicas tendo como foco as ações para melhorar o processo ensino-aprendizagem da leitura e escrita.


PALAVRAS CHAVES: Análise diagnóstica; leitura e escrita; ensino aprendizagem.


INTRODUÇÃO

O presente trabalho emerge no contexto das atividades de pesquisa desenvolvido em duas escolas públicas de Mossoró/RN, vinculadas ao PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) com financiamento da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). A pesquisa desenvolvida pelos bolsistas do programa, a respeito do nível de aprendizagem dos alunos do ensino fundamental I, foi realizada objetivando diagnosticar o nível de aprendizagem dos alunos destas escolas, quanto à leitura e escrita. Assim este trabalho pretende fazer uma leitura destas atividades diagnósticas, com o auxilio de alguns descritores do Prova Brasil.
 Os instrumentos diagnósticos e os descritores de avaliação destes tiveram como base para sua produção o Prova Brasil e suas matrizes. Ao desenvolver as atividades que foram aplicadas aos alunos almejou-se alcançar o objetivo do programa, que é contribuir para a melhoria do ensino aprendizagem, atuando nas dificuldades dos alunos das escolas pesquisadas, como também contribuir na formação inicial dos bolsistas e formação continuada dos profissionais da área envolvidos de acordo com o Projeto Político Pedagógico do curso de pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
Durante as atividades programadas do PIBID, alunos bolsistas realizam um significante trabalho de ensino num constante processo de investigação a respeito do nível de alfabetização e letramento dos alunos de uma das escolas parceiras do programa, através dos instrumentos diagnósticos, oficina pedagógica projeta de leitura e escrita. Essa produção sempre será acompanhada pelas professoras supervisoras do programa, e pela coordenadora de área. Inicialmente a aplicação dos instrumentos investigativos nas escolas foi realizada pelos alunos bolsistas do programa em todas as séries do ensino fundamental I. Porém, para esse trabalho iremos fazer um recorte na análise das atividades e focaremos nos alunos do 3ª ano do ensino fundamental destacando as atividades reverentes à disciplina de português. Esta turma foi escolhida mediante o nosso trabalho interventivo durante sua aplicação e análise.
O suporte teórico utilizado para nossa investigação foi os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa BRASIL (1997), - PCN’s onde destacamos as competências e habilidades respectivas para cada ano de ensino; buscamos também autores que discutem o desenvolvimento da aprendizagem de leitura e escrita, e ainda outros que falam sobre a importância de se ter uma avaliação diagnóstica para se perceber quais as maiores dificuldades encontradas nos alunos que está trabalhando para que assim se possa pensar em medida efetivas para melhorar o ensino aprendizagem deste aluno tais como: ABRAMOVICH (1999), BRAGA e SILVESTRE (2002), BRASIL (1997; 1998; 1999; 2008; 2009), CAGLIARI (1997), CELIS (1998), FREIRE (1988), HAYDAT (1995), MORAES (2009), NASPOLINI (1996), OLIVEIRA e CHADWICK (2002), TEBEROSKY e COLOMER (2003), ZABALA (1998). Além de buscamos ainda as matrizes de orientação de Língua Portuguesa da Prova Brasil, BRASIL (2009, p.14 e 15), que ressaltam os tópicos e os descritores de avaliação da prova e empíricas em duas escolas, com foco nas séries iniciais.
Este trabalho visa analisar os resultados das atividades diagnósticas realizada com os alunos do 3ª ano de uma das escolas vinculadas ao PIBID/UERN, ressaltando o nível de desenvolvimento na disciplina de língua portuguesa dos alunos, destacando que este visa futuras intervenções para sua melhoria. Dessa forma o resultado do trabalho serviu de base para a construção de um projeto de Leitura chamada Ateliê Literário, cujo objetivo é proporcionar um momento diário de leitura nas escolas, visando o ensino da leitura e escrita, além de despertar nos alunos para o habito da leitura diária.


A CONSTRUÇÃO DAS ATIVIDADES DIAGNÓSTICAS

Neste trabalho propomos uma reflexão acerca das questões que envolvem a leitura e a escrita, por entendermos que é exatamente no decorrer dos anos iniciais que os alunos  constroem  os primeiros conceitos. Sendo assim, a grande tarefa do educador (o pedagogo) é mediar o aprendizado do aluno (FREIRE, 1996).
Para construir os instrumentos diagnostico, usamos como ponto de referencia os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa que descreve os conteúdos a serem ensinados aos alunos de cada série, além de se utilizar da prova Brasil, que é também uma avaliação diagnostica, seus descritores de avaliação e sua matriz curricular, além do livro de orientações. A Prova Brasil realiza uma avaliação universal, realizada em todas as escolas públicas brasileiras, tem como critério para sua aplicação, turmas formadas a partir de 20 alunos na série avaliada.
As questões diagnósticas foram elaboradas a partir das Matrizes de Referência do SAEB/Prova Brasil, que de acordo com o MEC (2007) avalia em cada disciplina e série, as competências e habilidades esperadas dos alunos, que por sua vez são embasadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais e em uma consulta nacional aos currículos propostos por Secretarias Estaduais de Educação e por algumas redes municipais. Avaliamos as habilidades em Língua Portuguesa (foco na leitura) e em Matemática (foco na resolução de problemas).
As matrizes apresentam tópicos que, por meio de descritores, indicam habilidades a serem avaliadas. “O descritor é uma associação entre conteúdos curriculares e operações mentais desenvolvidas pelo aluno que traduzem certas competências e habilidades” (MEC, 2007, p. 31).
            Com as avaliações diagnósticas identificamos o nível de aprendizagem em que os alunos do 3º se encontravam, pois as atividades continham pouco conteúdo para que as crianças fizessem apenas uma pequena interpretação, além de uma questão que possibilitava que os alunos pudessem demonstrar de forma criativa a sua ação com o texto.
            Bem, com todo o material em mãos, e com as devidas orientações, realizamos um trabalho de construção de atividades voltadas para cada ano de ensino, focando os conteúdos respectivos. Após a conclusão de cada atividade nos reuníamos com as professoras supervisoras da escola e com a coordenadora do PIBID, e demais bolsistas, para as devidas avaliações das atividades. Construímos e analisamos uma a uma as atividades, fizemos as devidas alterações quando solicitadas, e por fim com todas prontas, fomos às escolas e aplicamos os instrumentos de pesquisa para cada ano de ensino do 1º a 5º duas atividades diagnósticas de português e de matemática em cada escola.
            Com todas as atividades aplicadas, começamos a leitura e análise das provas, ou seja, buscamos nelas os resultados de nível dos alunos de cada ano de ensino. E para isso usamos alguns descritores do Prova Brasil, tanto de Língua Portuguesa quanto para a Matemática. Além de nos apoiarmos em outros autores como BRAGA (2002), BRASIL (1997; 1998) CAGLIARI (1997), CELIS (1998), MORAES (2009), NASPOLINI (1996), TEBEROSKY e COLOMER (2003), que nos daria subsídios a questões de ensino aprendizagem e do processo educacional para identificar qual nível de aprendizagem os alunos se encontravam. Buscamos através dos resultados propor estratégias de ensino-aprendizagem que possam contribuir para um ensino de qualidade e que possibilite aos alunos o desenvolvimento de suas habilidades de leitura e escrita de forma efetiva e autônoma. Para tanto estamos desenvolvendo um projeto de Leitura que objetiva incentivar a leitura diversificada de textos literários.


LEITURA E ANÁLISE DAS ATIVIDADES DIAGNÓSTICAS

A partir do recorte do diagnóstico que traz as habilidades e competências leitoras, serão analisadas as avaliações dos alunos da escola parceira PIBID/UERN. Para tanto utilizamos os descritores das provas que evidenciamos quais competências foram trabalhadas em cada uma das questões que traremos como exemplo de resposta dos alunos, assim, destacaremos onde os alunos tem mais dificuldades na competências leitora. De acordo com os PCN’s a concepção de leitura é:

A leitura é o processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a linguagem etc. Não se trata de extrair informação, decodificando letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível proficiência. É o uso desses procedimentos que possibilita controlar o que vai sendo lido, permitindo tomar decisões diante de dificuldades de compreensão, avançar na busca de esclarecimentos, validar no texto suposições feitas (BRASIL, 1998, p.69 a 70).


            A nossa avaliação a respeito das atividades diagnósticas ocorreram da seguinte maneira: escolhemos cinco descritores dentre os quinze utilizados pelo Prova Brasil e fizemos uma adaptação de acordo com o ano de ensino e atividade aplicada. Visto que as atividades diagnosticadas foram produzidas a partir da avaliação nacional Prova Brasil, desta forma a leitura delas seguiu, basicamente, o mesmo padrão, através de descritores, porém não foi usado todos, mas apenas alguns já que a avaliação de nível foi realizada com todos os anos de ensino.
Assim os descritores de avaliação das atividades diagnosticas usados foram: D1 - localizar informações explícitas do texto; D4 – inferir uma informação implícita em um texto; D6 - identificar o tema de um texto; D9 - identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros; D13 - identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados.
            Destes descritores alunas bolsistas do PIBID/UERN produzimos sete perguntas que  utilizamos na avaliação das atividades diagnosticas, tais como: O aluno conseguiu localizar informações explícitas do texto? O aluno conseguiu inferir uma informação implícita em um texto? O aluno conseguiu identificar o tema de um texto? O aluno conseguiu identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros? O aluno conseguiu identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados? O aluno conseguiu escrever legivelmente a sua resposta? O aluno reproduziu o que estava escrito na pergunta?
Com a análise da leitura constatamos que dos 23 alunos analisados apenas dois não dominavam o sistema da leitura escrita, sendo ainda outros três (alunos) não dominam a habilidade da leitura oral; dois alunos avaliados ao tentarem responder as questões repetiram-nas. Os demais demonstraram compreender os textos apresentados nas atividades diagnosticas por meio de respostas criativas e com um grau de desenvolvimento próprio para seu nível de aprendizados; também inferiram informações explicitas e implícitas nos textos no que se refere as respostas subjetivas sugeridas pelas atividades.
Diante disso concluímos que 16 alunos dos vinte e três tem conseguido êxito na aprendizagem do sistema da leitura escrita e na habilidade de leitura oral, sendo necessário um repensar sobre os conteúdos programáticos e os procedimentos metodológicos com vistas a alargar a discussão em torno do que se deve trabalhar e como se deve, para efetivo fim, o da aprendizagem significativa.
            Entendemos que nos anos iniciais do ensino fundamental as crianças não se sentem muito motivadas pelo ato de ler por vários fatores: o primeiro é por não sentirem atração pela leitura, outro é que ainda não dominam as letras e sentem dificuldades por esse motivo acham a leitura chata (CELIS, 1998). 
            Assim, entendemos que o processo de ensino-aprendizagem, e de diagnóstico deste deve esta ciente da condição de leitor do aluno, pois segundo Celis, (1998), o aluno está cansado de ser um leitor passivo. E este deixa de ser passivo somente quando atua no processo de construção do conhecimento, e a leitura passa a ter uma significação nesse processo de ensino aprendizagem, o aluno quer ser autor ou co-autor, pois isto lhe daria o direito de uma participação autônoma no processo. Assim entendemos que o que desperta o interesse e o prazer em ler e escrever no aluno é a participação da leitura autônoma proposta.
            Percebemos com as atividades diagnósticas que os alunos buscam o sentido dentro do texto, eles buscam a sua participação como sujeito, onde é possível encontrar o sentido da leitura e os pensamentos que ela faz com que eles mobilizarem.  Nas atividades onde foi solicitada sua opinião, a maioria dos alunos respondeu-na, pois ali eles podiam intervir na história a qual estavam interpretando.

Para formar um leitor e um produtor de textos competente e autônomo, capaz de compreender e interpretar aquilo que lê, construir significados e transformá-los em palavras, exige-se do professor uma intervenção adequada, contínua e explícita durante toda a vida escolar do aluno. E essa intervenção deve ocorrer de forma coerente e sistemática antes, durante e depois das atividades de leitura (BRAGA 2002, p. 20).

Diante disso percebemos que os alunos buscam mesmo intervir na história proposta, ele quer agir nela e modifica-la. Esse é o momento onde ele pode agir e exercer seu papel de sujeito autônomo. E expressar sua opinião diante dos fatos que ele interpretou. Sentimos que alguns alunos cogitaram em colocar sua opinião, mas os que fizeram, foram bem precisos em suas colocações. Vimos assim, que é por meio da atuação do aluno com a informação que é possível a produção do conhecimento, pois segundo Paulo Freire (1988) o domínio da língua possibilita a relação plena de participação social e política na sociedade, pois é por meio dela que os homens se comunicam, têm acesso à informação, expressam e defendem pontos de vista, partilham ou constroem visões de mundo, produzem conhecimentos.


O DIAGNÓSTICO E A INTERVENÇÃO: PROJETO ATELIÊ LITERÁRIO

Diante desse diagnóstico traçamos um plano de ação para junto à professora-supervisora ajudá-la a superar as dificuldades vividas pelos alunos no processo de aprendizagem da leitura e da escrita. É bom ressaltar que as dificuldades não são somente dos alunos, mas, também da professora em como trabalhar melhor as estratégias de ensino-aprendizagem referente ao ensino da língua portuguesa de estudantes do 3° ano do ensino fundamental. Diante disso, começamos a nos mobilizar em torno de ações que possam corroborar com o exercício da leitura e produção textual desse ano e nos demais anos do ensino fundamental das duas escolas parceiras do PIBID/UERN, respeitando é claro os níveis aos quais se encontram os alunos.
Começamos a utilizar a literatura como instrumento de ensino, pois de acordo com os estudos de Moraes (2009), sobre a literatura infantil e o letramento, evidenciamos a necessidade dos professores das escolas públicas observadas trabalharem pedagogicamente nessa perspectiva. Pois, notou-se pelas observações e análises das atividades diagnósticas, a falta de trabalho sistemático no que concernem as atividades de leitura, produção textual e interpretação com base na literatura infantil.
Sentimos a necessidade de que as professoras desenvolvessem uma rotina de leitura diversificada, como: contos, histórias, crônicas, poemas, poesias, fábulas se façam presentes e atuantes no intuito de promover aprendizados mais significativos e prazerosos para os alunos, deixando essa de ser uma mera atividade cercada de cobranças, passando a ser um hábito prazeroso, inicialmente na sala de aula e depois em outros espaços dentro da escola.
Sabemos que a leitura é uma porta aberta para um horizonte amplo de conhecimentos acerca de si, do outro e do mundo, então com base nessa constatação notamos que é preciso desenvolver várias estratégias de leitura, interpretação e de produção textual, avaliando cada componente relativo a essas atividades. Com esse intuito propomos trazer junto às equipes integrantes desse projeto, metodologias diferenciadas para serem inseridas e adequadas a cada sala de aula, dependendo da atuação do professor e do nível dos alunos. Pois, a literatura por ser uma arte, produto de nossa imaginação é capaz de despertar uma duplicidade intrínseca: O abstrato por ser gerado pelas ideias e o concreto pela sua transformação em linguagem através das palavras, como nos aponta Coelho (2006).
Com isso estamos trabalhando em um projeto que tem como objetivo apresentar as equipes docentes das escolas parceiras do PIBID/UERN, procedimentos teórico-metodológicos do por quê?  como? onde ? e quando? trabalhar a leitura (com base na literatura infantil) e a produção textual (levando em consideração as sugestões dos Parâmetros Curriculares Nacionais em Língua Portuguesa), assim como evidenciar a necessidade do letramento cada vez mais urgente na educação.
Diante disso nossa proposta é criar um espaço vivo chamado de “Ateliê Literário: a arte de contar, criar e interpretar”. A sugestão desse espaço é para que haja um momento dedicado a essa atividade pelos professores aos seus alunos nas salas de aulas, onde serão contadas, interpretadas, criadas e recriadas várias histórias literárias infantis, tentando acima de tudo fazer com que os professores envolvam seus alunos em atividades lúdicas, prazerosas, criativas e formadoras, onde os alunos possam ser leitores ativos. Desta forma, além de trabalhar a desenvoltura da leitura oral e escrita de modo dinâmico e progressivo como nos aponta os PCN’s de Língua Portuguesa, ao falar de formação de leitores e escritores competentes, estaremos também promovendo o letramento.
Vimos nos estudos de Zabala (1998) e Haydat (1995) que a sequência e o planejamento didático são imprescindíveis para um trabalho eficaz em sala de aula, e que o professor ao estar munido de tais instrumentos de ação estará longe de realizar um trabalho com improvisos. Obviamente, entende-se que os professores e equipe pedagógica a que se destina esse projeto sabem da necessidade de atuar mediante o uso do plano de aula, mas, o que se quer destacar aqui, é que a leitura deve ser fonte diária de conhecimentos e que os alunos precisam desfrutar desse contato contínuo de aprendizagens. De acordo com Oliveira e Chadwick (2002), o ensino se torna eficaz a partir do planejamento didático, cujo instrumento é também parte integrante da responsabilidade do professor, além de ser um trabalho que mostra a peculiaridade da ação docente.
Com base nessas afirmações, é que evidenciamos a urgência em executar um trabalho cujo foco formativo gire em torno da literatura infantil, mas, que de certo modo contribua para que os professores elaborarem atividades lúdicas onde os alunos possam avançar na construção de sua autonomia através do uso constante de sua imaginação, criatividade, interação e integração. Assim os professores poderão explorar o potencial dos alunos que já dominam a leitura e escrita além de intervir no ensino aprendizagem daqueles alunos que ainda demonstram dificuldades. Para tanto reforçamos ser imprescindível o planejamento diário das atividades de leitura enfocando esses dois aspectos, os alunos que tem mais dificuldades e os que apresentam avanços.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Consideramos que o PIBID/UERN tem nos impulsionado para a busca de novos caminhos teóricos metodológicos para o saber fazer pedagógico. A construção das atividades diagnósticas da aprendizagem se configurou em um momento de reflexão dos conhecimentos reais sobre as dificuldades de aprendizagens dos alunos, especialmente do 3° ano do ensino fundamental menor. Além de propiciar o conhecimento da realidade da escola pública, especialmente no que concernem as habilidades exigidas para a competência de leitura e da escrita. Diante disso, podemos repensar num fazer pedagógico das ações e estratégias a ser usadas para melhorar o ensino-aprendizagem.
Também podemos entender um pouco do processo de ensino-aprendizagem da atuação do leitor diante do texto e da interpretação, que o aluno busca ser mais ativo diante da história que é posta para ele, pois quando esse tem a possibilidade de interagir com ela, ele o faz com segurança, como se fosse sujeito autônomo modificador de sua própria história. É evidente que todo esse processo tem atuação do professor que irá nortear o como serão realizadas as atividades.
Constatamos que as atividades realizadas por alguns dos alunos do terceiro ano do fundamental menor têm encontrado certas dificuldades quanto a aquisição da linguagem escrita, porém o processo de ensino aprendizagem esta ocorrendo, pois eles mostram ter compreensão mesmo que de uma forma superficial ainda. A maioria dos alunos conseguiu êxito em suas atividades, percebemos nesta motivação quanto ao desejo de aprender, e nos demais, percebemos que alguns não realizaram as atividades com êxito por não conseguirem acharem-se, suficientemente, competentes, mas percebemos os primeiros domínios da linguagem, mesmo com certa timidez.
Diante de tudo isso, acreditamos que com esses instrumentos de avaliação, podemos promover as ações didáticas pedagógicas de leitura e escrita, com base no projeto no qual estamos construindo possamos criar espaço vivo chamado de “Ateliê Literário: a arte de contar, criar e interpretar”. Com isso visamos poder chegar ao nível de ensino aprendizagem desejado, pois com as atividades diversificadas percebemos que há um interesse por parte do aluno que isso ocorra. Assim é necessário dar uma atenção especial aos oito alunos que se encontram com dificuldades além de investir mais nos 16 alunos que demonstraram esta em processo de apreensão da leitura e da produção textual. Dessa forma pretendemos desenvolver um trabalho profícuo onde estará presente a escola e a universidade um trabalho capaz de superar dificuldades existentes no cotidiano escolar.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: Gostosuras e Bobices. São Paulo: Scipione, 1999.

BRAGA, Regina Maria; SILVESTRE, Maria de Fátima Barros. Construindo o leitor competente: atividades de leitura interativa para a sala de aula. São Paulo: Peirópolis, 2002.

BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Língua Portuguesa/ secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL. Ministério da Educação.  PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação: Prova Brasil: ensino fun­damental: matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília: MEC, SEB; Inep, 2008. 200 p. : il.

BRASIL. MEC. INEP. Matrizes curriculares de referência para o SAEB. Brasília, 1999.

BRASIL. Língua portuguesa: orientações para o professor, Saeb/Prova Brasil, 4ª série/5º ano, ensino fundamental. – Brasília : Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2009.

BRASIL, Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa (volume 2). Brasília, MEC/SEF, 1997.

CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e Lingüística. 10ª edição Scipione. São Paulo: 1997.

CELIS, Gloria Inostroza de. Aprender a formar crianças leitoras e escritoras. Trad. Jussara Haubert Rodrigues – Porto Alegre: Artes Medicas, 1998.

CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Tradução de Bruno de Magne. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

COELHO, Nely Novaes. Literatura Infantil: Teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2006

FREIRE, Paulo.  A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam 22ª ed.  São Paulo: Cortez, 1988.

HAYDAT, Regina Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. 2° ed. São Paulo; Ática, 1995. p. 95 – 107.

MORAES, Josenildo Oliveira In; SANTOS, Jean Mac Cole Tavares dos; MARINHO , Zacarias. (Orgs.) Educação: Saberes e práticas no oeste potiguar. Fortaleza: Edições UFC, 2009.

NASPOLINI, Ana Tereza. Didática de português: tijolo por tijolo: leitura e produção escrita. São Paulo: FTD, 1996.

OLIVEIRA, J. B. A e CHADWICK, C. Aprender  e ensinar. 5° ed, São Paulo; Global, 2002.

TEBEROSKY, Ana; COLOMER, Teresa. Aprender a ler e a escrever: uma proposta construtivista. Porto Alegre, Artmed, 2003.

ZABALA, Antoni. As sequências didáticas e as sequências de conteúdos. IN: A prática educativa. Como ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 1998 ( p. 53 a 87).


[1] Aluna da graduação em Pedagogia, da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte FE/UERN. Bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, Programa mantido pela CAPES.
[2] Aluna da graduação em Pedagogia, da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte FE/UERN. Bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, Programa mantido pela CAPES.
[3] Professora da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Doutora em Psicologia da Educação no Programa de Estudos de Pós-Graduados da PUC-SP. Coordenadora de Área de Gestão de Processos Educacionais do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID-CAPES.

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