A
FORMAÇÃO INICIAL DO PEDAGOGO FRENTE ÀS EXPERIÊNCIAS NO PIBID[1]
Maria Cleonice Soares[2]
Ana Glícia de Sousa Medeiros[3]
Francisca Maria Gomes Cabral Soares[4]
Silvia Maria Costa Barbosa[5]
JUSTIFICATIVA
Este
trabalho vem sendo articulado a partir da experiência como bolsista do Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, financiado pela
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. Sendo
desenvolvido junto às alunas bolsistas da Faculdade de Educação da Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte FE/UERN, coordenado por professores da FE
juntamente com professores supervisores de duas escolas públicas de Mossoró/ RN.
O
programa objetiva desenvolver pesquisa nas escolas quanto à questão da leitura,
escrita e numeralização, pois as escolas escolhidas e vinculadas são justamente
as que apresentarão maior dificuldade quanto e estes parâmetros, que foram
evidenciados pela Provinha e Prova Brasil, IDEB (2008). Além da pesquisa, o
PIBID também tenciona contribuir para a formação pedagógica dos alunos do Curso
de Pedagogia da FE/UERN. Possibilitando com isso que os alunos da graduação
possam se tornar pesquisadores, complementando a formação, e oportunizando a
obtenção de experiências práticas, onde os alunos relacionam a teoria
apreendida na sala de aula com a prática vivenciada nas escolas pesquisadas.
Assim o
programa que deu subsídio aos alunos bolsistas, e demais professores vinculados,
à oportunidade de construir o conhecimento e trocar experiências, produzindo
assim um novo fazer pedagógico, que dá suporte ao repensar da função pedagógica
da escola e da universidade através da construção de instrumentos de pesquisa,
tais como: questionários com os alunos que evidenciaram o perfil destes;
questionários com os pais, alunos e professores, que possibilitaram conhecer a
comunidade escolar, e as avaliações diagnósticas que demonstraram o nível
escolar de cada ano de ensino nas habilidades de leitura escrita e
numeralização.
Ainda trabalhamos com oficinas nas escolas
para a revitalização de seus PPP´s (Projetos Políticos Pedagógicos). Assim é
evidente a contribuição do PIBID tanto na formação de novos educadores como no
aprimoramento dos educadores em exercício da profissão.
OBJETIVO
O
objetivo deste trabalho é relatar a contribuição do Programa na formação
iniciação do aluno-bolsista enquanto educador, através da vivencia no mesmo,
onde o aluno vivencia um pouco da práxis exercida em escolas vinculadas ao
PIBID, e também troca experiência com as professoras-bolsistas, onde o aluno
tem a oportunidade de produzir materiais para avaliações de nível de conhecimento
escolar de leitura, escrita e numeralização dos alunos como também conhecer e
intervir um pouco no espaço escolar, com as devidas orientações dos docentes da
UERN e das escolas.
DESENVOLVIMENTO
O
PIBID, ainda em andamento, tem contribuído para a formação dos alunos-bolsistas
no que concerne a relação teoria-prática e na aproximação da escola com a
universidade, promovendo aos alunos uma troca de saberes, como também de
investigação de práticas e planejamento escolar, que findam por produzir
conhecimentos.
Para
Paulo Freire, o conhecimento é construído de forma integradora e interativa.
Não é algo pronto a ser apenas “apropriado” ou “socializado”, como sustenta a
pedagogia de conteúdos. Por isso, essa pedagogia sustenta, até hoje, a
necessidade da memorização. Conhecer é descobrir e construir e não copiar. Na
busca do conhecimento, Paulo Freire aproxima o estético, o epistemológico e o
social, para ele é preciso reinventar um conhecimento que tenha “feições de
beleza”. (GADOTI, 2006, p. 76)
Assim
o programa possibilita organizar e reinventar o conhecimento reduzindo no seio
da própria experiência, de aproximação da escola e universidade e da teoria e
prática. No decorrer do programa houve as reuniões internas com o grupo de
bolsistas, onde foram especificados os objetivos do Programa e as linhas de
pesquisa em duas escolas vinculadas.
De
acordo com FREIRE (2000, p. 32) “faz parte da natureza humana da prática
docente a indagação, a busca, a pesquisa. O que se precisa é que, em sua
formação permanente, o professor se perceba e se assuma, porque professor, como
pesquisador.” O programa possibilita aos alunos-bolsistas a oportunidade de
realizar pesquisas, como também produzir matérias a partir destas. O trabalho
de investigação faz emergir o conhecimento das escolas, do que verdadeiramente
acontece em seu interior, mostra as fragilidades e os meios como a escola
conquista seu objetivo. É exatamente a formação deste pesquisador, que faz
surgir o professor com estratégias de ensino aprendizagem, pois ele já é
conhecedor do espaço onde irá atuar.
Seguindo o objetivo do Programa, que além de
proporcionar a aproximação da escola com a universidade, também visa,
contribuir na melhora do ensino aprendizagem das crianças das escolas
vinculadas ao PIBID. O programa proporciona ao processo de formação inicial e
continuada, bem como a vivência de situações práticas, e o confronto com os
saberes teóricos ressignificando assim, o contexto da formação inicial e
continuada e estratégias didáticas adequadas ao ensino da leitura, escrita e
numeralização. Onde os alunos podem comprovar seus conhecimentos prévios e
construir novos saberes na experiência prática.
A docência é uma profissão que se
aprende desde que se entra na escola pela primeira vez, através da observação
do comportamento dos professores. O aluno, quando chega ao processo de formação
inicial, leva não somente seus conhecimentos prévios sobre a prática docente,
como também uma epistemologia, da qual irá utilizar-se para construir seus
conhecimentos sobre sua profissão. (PPP UERN, 2007, p.23)
O programa também foi importante para a aluna-bolsista
nas questões que permeiam a planejamento escolar. Durante a construção de
instrumentos usados para conhecer o nível de aprendizagem dos alunos das séries
iniciais, houve o estudo de vários teóricos, estudamos como são formados os
instrumentos de avaliação nacional, a Prova Brasil, como também houve uma
leitura mais detalhada dos PCN’s de língua Portuguesa e matemática. E a partir
destes podemos construir os nossos instrumentos.
A
construção de instrumentos didáticos de avaliação de nível e as entrevistas, melhoraram a percepção das habilidades e
competências que os alunos de cada ano devem aprender e conhecer.
METODOLOGIA
A nossa pesquisa é com base empírica,
pois a maior parte se realizou na experiência prática, como também documental e
bibliográfica, pois além dos documentos do Prova Brasil e os PCN´s. Invocamos
ainda autores tais como GADOTI (2006) e FREIRE (2000) que afirmam a relevância
de se aprimorar o conhecimento e a pesquisa escolar como forma de torna o
educador também um investigador da práxis escolar e de seus alunos.
RESULTADOS
Constatamos que a aproximação do campo de
atuação do trabalho do pedagogo, bem como a ligação escola-universidade
proporcionou aos alunos-bolsistas uma vivencia no campo de atuação. A produção
de instrumentos investigativos possibilitou ao aluno a oportunidade de ser um
investigador da prática educativa. Sendo um dos objetivos da formação, que os
alunos vivenciem a pesquisa durante o curso, o PIBID possibilita aos alunos-bolsistas
não só a aproximação com o campo de atuação como também torna-os educadores
pesquisadores.
CONCLUSÕES
Concluímos
por fim que o papel do PIBID na formação inicial do educador traz contribuição
a ambas as partes, possibilitando novas vivencias aos bolsistas como também
permite que as escolas a reflitam suas ações educativas, articulando e
produzindo novas formas de ensino aprendizagem através da pesquisa de
levantamento do dados, que evidencia o perfil da escola e dos alunos. O PIBID
tem sido de muita relevância na formação dos bolsistas, pois possibilita não
somente uma aproximação maior com o campo docente, mas permite que o aluno
adentre a pesquisa acerca das práticas pedagógicas educacionais, do saber/fazer
que esta em movimento, facilitando que o aluno-bolsista conheça questões do
cotidiano escolar.
Por
fim o contato Universidade/Escola se configura num viés onde os licenciandos
têm inúmeras oportunidades de aprendizados a respeito de seu campo de atuação
profissional. A trajetória que esta sendo trilhada a partir desse Programa só
tem a fortalecer a relação com o saber e o saber/fazer docente.
Assim o
papel do PIBID na formação continuada dos profissionais da educação deixa
evidente que o fazer pedagógico é renovável, que o aprender é um processo
construtivo que evolui, por isso mesmo, deve está em movimento. A pesquisa traz
novas propostas de práticas possibilitando até mesmo a reflexão dos novos
conceitos educacionais sobre instrumentos didáticos pedagógicos e tecnologias,
que auxiliam no ensino aprendizagem. Portanto percebemos que o PIBID
possibilita ao aluno poder vivenciar a escola, e diante disso a produzir sue
próprio conhecimento escolar. A experiência como bolsita além de tornar o aluno
um educador pesquisador.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS
FREIRE,
Paulo. Pedagogia da Autonomia:
Saberes necessários à prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
GADOTTI,
Moacir. Escola Cidadã. São Paulo:
Cortez, 2006.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais:
terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Língua Portuguesa/ secretaria
de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.
BRASIL.
Ministério da Educação. PDE: Plano de Desenvolvimento da Educação: Prova Brasil: ensino fundamental:
matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília: MEC, SEB; Inep, 2008.
200 p. : il.
BRASIL. MEC.
INEP. Matrizes curriculares de referência para o SAEB. Brasília,
1999.
BRASIL. Língua portuguesa: orientações
para o professor, Saeb/Prova Brasil, 4ª série/5º ano, ensino fundamental. –
Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
AnísioTeixeira, 2009.
UNIVERSIDADE
DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE. Projeto Pedagógico do curso de Pedagogia,
Mossoró/RN, 2007.
[1] Este trabalho é fruto da
experiência como Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à
Docência – PIBID. Realizado com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento
de pessoal de Nível Superior – CAPES, portanto agradecemos ao órgão financiador
CAPES, sem o qual este não seria possível, também agradecemos a FE/UERN e as
duas escolas vinculadas ao Programa.
[2] Aluna da graduação em Pedagogia,
da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
FE/UERN. Bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência
– PIBID, Programa mantido pela CAPES. Email: cleonice_s@hotmail.com
[3] Aluna da graduação em Pedagogia,
da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
FE/UERN. Bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência
– PIBID, Programa mantido pela CAPES. Email: anaglicia-@hotmail.com
[4] Professora Ms. da Faculdade de
Educação da Universidade do Estado do Rio Grande Norte – FE/UERN, e
coordenadora de área do PIBID- CAPES. Email: franciscacabral@uern.br
[5]
Professora da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte. Doutora em Psicologia da Educação no Programa de Estudos de
Pós-Graduados da PUC-SP. Coordenadora de Área de Gestão de Processos
Educacionais do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência –
PIBID-CAPES.
Email: silviacostab@yahoo.com
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